Autoria por: Jessica Freitas, analista de redação da ANAPRI
Revisado por: Elaine Silva da Luz, coordenadora de comunicação e redação da ANAPRI.
A Economia Verde ou Ecodesenvolvimento, é a economia do futuro, porém é o método que deve ser aplicado no presente. Buscando enfrentar os desafios mundiais das mudanças climáticas, essa abordagem converge crescimento econômico com a preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, considerando também os impactos sociais.
A aplicação dessa abordagem deve ser feita por todos, mas é irrefutável a responsabilidade dos países e governos de iniciar e apoiar a Economia Verde. Um exemplo bem sucedido disso é o Parque Eólico do Mar do Norte Alpha Ventus, na Alemanha, fruto de uma ação entre empresas de energia, pesquisadores e o governo alemão, que foi inaugurado em 2010, é um dos maiores em questão de energia renovável do mundo (ECO, 2008). Atrelado a isso, o governo alemão segue estabelecendo ações de incentivo a energia limpa, como a Lei de Energia Eólica em Terra, que planeja dobrar a quantidade de energia gerada dessa fonte até 2030, a Cooperativa de Energia Cidadã de 2023 que isenta de obrigações de licitação projetos voltados a energia eólica e solar.
Outro importante exemplo é o sistema de remoção de plásticos e resíduos dos oceanos criado pela ONG holandesa Ocean Cleanup, mostrando como a sociedade civil também pode contribuir para transformar a economia cada vez mais verde. O Projeto de Florestamento da Grande Muralha, no Senegal é um modelo perfeito de cooperação internacional para o Ecodesenvolvimento, onde o governo brasileiro, por meio da Embrapa, está colaborando para o reflorestamento da região para barrar a expansão do deserto do Saara, protegendo assim a biodiversidade e garantindo oportunidades econômicas para os moradores daquele local (GOV, 2023).
Aqui no Brasil, um caso de sucesso é o da empresa Cybelar na aplicação da logística reversa. A Cybelar, empresa de varejo de produtos eletrônicos, garante o descarte correto em seus produtos através de um selo, utilizando a abordagem de logística reversa, que visa o retorno de produtos para o ciclo produtivo, a reciclagem é o principal exemplo. Isso é incentivado pela Legislação Ambiental brasileira, principalmente pelo decreto nº 9177/2017, que tornou obrigatório a logística reversa, que junto com a lei 12.305/2010, que regulamenta o manejo adequado de resíduos sólidos, colabora para que essas práticas sustentáveis sejam adotadas. O Brasil tem uma lei ambiental moderna, que fomenta as oportunidades em consultorias jurídicas para empresas, certificação ambiental e auditorias, além da elaboração de projetos sustentáveis.
Apesar de ainda ser pequeno o número de iniciativas como essas, comparado ao tamanho da degradação ambiental que vivenciamos, esses exemplos mostram a possibilidade e necessidade de projetos que visam um futuro sustentável, sem prejudicar a economia, as indústrias e a sociedade.
Referências:
Alemanha inaugura parque eólico em alto mar. Disponível em: <https://brasilalemanhanews.com.br/sustentabilidade/alemanha-inaugura-parque-eolico-em-alto-mar/>. Acesso em: 5 ago. 2024.
Brasil cooperará com avanço da Grande Muralha Verde na África. Disponível em: <https://www.gov.br/abc/pt-br/assuntos/noticias/brasil-cooperara-com-avanco-da-grande-muralha-verde-na-africa>. Acesso em: 5 ago. 2024.
DE SALLES, A. C. N. Alemanha aposta em parque eólico. Disponível em: <https://oeco.org.br/colunas/19451-alemanha-aposta-em-parque-eolico/>. Acesso em: 5 ago. 2024.
ENVIRONMENT, U. N. UNEP – UN Environment Programme. Disponível em: <https://www.unep.org/pt-br>. Acesso em: 5 ago. 2024.
Expanding wind energy for Germany. Disponível em: <https://www.bundesregierung.de/breg-de/schwerpunkte/klimaschutz/onshore-wind-energy-act-2060954>. Acesso em: 5 ago. 2024.
Sobre a autora: Jessica Freitas, acadêmica de relações internacionais, pesquisadora das comunicações políticas e mídia, voluntária em 4 projetos/ONGs